Porque este projeto pretende ainda contribuir para o reconhecimento do trabalho de excelência realizado no domínio da saúde mental e direitos humanos, neste separador iremos divulgar (com moderação porque o tempo é um lugar precioso), alguns exemplos de excelência de trabalhos realizados no domínio da ciência, das artes e das políticas públicas.
Dezembro, 2024
Novembro, 2024
As desigualdades económicas introduzem cisões estruturais na sociedade que têm impacto em indicadores como a esperança média de vida, a confiança e a prevalência de doença mental.
Neste documentário, Richard Wilkinson apresenta resultados de estudos no domínio da epidemiologia social que sublinham a natureza patologizante da distância entre as pessoas. A justiça económica e social parece ter implicações muito claras na forma como adoecemos e como confiamos. Intervir na saúde mental implica advogar por sociedades mais justas e igualitárias.
OUTUBRO, 2024
Neste mês de Outubro sugerimos o livro de João G. Pereira (psicólogo e psicoterapeuta) “Psiquatria Lenta” (Editora Taiga), onde o autor nos fala da urgência da democratização da psiquiatria, das respostas da saúde mental e das relações de ajuda, enquanto garantes da humanização e dos processos de “cura”.
“Muito haveria por dizer da delicadeza desta dança de palavras, das pausas, das desacelarações e dos silêncios, mas talvez o mais importante tenha mesmo sido tratar a Joana como uma pessoa normal. Uma pessoa normal a viver circunstâncias extraordinárias, e que, nessas circunstâncias, desenvolveu formas de lidar com o sofrimento, sofrimento que alguém, que certamente nunca terá a sua confiança, se lembrou de chamar de “doença” (p.79).
SETEMBRO, 2024: Vale a pena espreitar o documentário “Pedras, Plantas e Outros Caminhos“(Coletivo de ATs, coordenação Prof. Dr. Ricardo Wagner Machado da Silveira do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia e produção do Núcleo de Produção da Tv Universitária).
“Uma vez perguntei para um professor grande amigo meu o que é eu fazia com esse aperto no peito que a gente sente. Ele primeiro marejou os olhos e falou que a ideia é transformar esse aperto em alguma coisa nova, um novo, que a gente seja um terapeuta novo, que a gente seja diferente. Que muitas vezes o AT é só para ficar perto e ser um representante da humanidade“.
Um documentário sobre o papel do/a Acompanhante Terapêutico e de duas pessoas que criam um lugar de humanidade num Mundo de desigualdade e de insanidade.
AGOSTO, 2024: Este mês destacamos o interessante artigo “Contextual factors influencing the use of coercive measures in Portuguese mental health care” de Aluh et al. (2023)
O artigo “Contextual factors influencing the use of coercive measures in Portuguese mental health care” de Aluh et al. (2023) é um estudo qualitativo que nos conduz à reflexão em torno de dimensões estruturais e sistémicas do uso de medidas coercivas nos cuidados de saúde mental em Portugal. O estudo foi desenvolvido com 40 profissionais de medicina e enfermagem de cinco departamentos psiquiátricos situados em regiões urbanas e rurais de Portugal e alerta-nos para decisões sobre medidas coercivas sustentadas em fatores que ultrapassam dimensões relativas à pessoa diagnosticada com doença mental e se inscrevem em variáveis tais como a insuficiência de recursos, características da equipa, ineficiência dos serviços e questões sociojurídicas.
JULHO, 2024: Este mês destacamos o interessante trabalho de Kirkbride et al. (2024) intitulado “The social determinants of mental health and disorder: evidence, prevention and recommendations“.
O artigo, disponível na íntegra, fornece uma análise detalhada das evidências que ligam determinantes sociais, como a pobreza e discriminação, a resultados de saúde mental ao longo da vida. Além disso, o artigo propõe estratégias de prevenção primária e recomendações para políticas públcas voltadas para a redução dessas desigualdades, enfatizando a importância da justiça social e da inclusão de grupos marginalizados, como refugiados e minorias étnicas e sexuais. Vale a pena espreitar!
JUNHO, 2024: Vale a pena espreitar a série “Desassossego“.
Desassossego é uma série sobre saúde e doença mental que conta com 13 episódios que combinam experiências pessoais, políticas, e da prática. Esta série é produzida pelo Fumaça, um podcast de jornalismo de investigação. Desassossego recebeu o “Prémio de Jornalismo Direitos Humanos & Integração, 2023” e “Prémio AMI Jornalismo Contra a Indiferença, 2023”.